quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

RETENÇÃO DO OVO (ovo atravessado)

Esta situação é também conhecida como “ovo atravessado”, embora de uma forma errada, pois apenas revela que a fêmea não consegue pôr o ovo.
Normalmente a sua origem é uma insuficiente calcificação da casca, originando a existência de um ovo mole, que absorve as contracções que a fêmea faz, provocando não o conseguir fazer avançar até ser expelido.
Outra situação que poderá conduzir a esta ocorrência, passa-se quando, estando o ovo com a casca bem calcificada, as contracções provocadas pela fêmea são débeis, não sendo suficientes para fazer avançar o ovo, e provocando a sua retenção.
Nestes dois casos parece haver uma mesma causa, que é um estado deficitário ou carenciado na dieta da fêmea, o que não aconteceria se estivesse bem alimentada.
Se esta é a causa da grande quantidade dos casos, também é importante referir que a origem pode também estar numa infecção do aparelho genital.
Seja qual for a origem é sempre uma situação grave e pode acontecer em qualquer momento da postura, mesmo após o primeiro ovo, sem se ter manifestado antes.
Esta situação revela-se quando, na rotina diária de troca de ovos, reparamos que não há um novo ovo e verificamos que a fêmea, no ninho, no poleiro ou no chão, se apresenta embolada e com uma respiração ofegante e rápida. Por vezes, principalmente quando as fêmeas já não são novas, simplesmente foi interrompida a postura e não é caso para alarme, mas convém verificar sempre se não apresenta os sintomas descritos anteriormente.
O procedimento correcto, quando deparamos com a situação de retenção do ovo, é pegar na fêmea e inspeccionar o ventre, que provavelmente está avermelhado e congestionado, notando-se a saliência correspondente ao espaço do ovo.
Neste caso deve ser feita a lubrificação e dilatação da cloaca da ave, inserindo um palito envolto em algodão, ou um cotonete, que à falta de melhor pode ser embebido em azeite para fazer a lubrificação, movendo-o suavemente em sentido circular.
Esta massagem pode fazer com que as contracções regressem o que faz com que a fêmea expulse o ovo.
Se mesmo assim não há contracções é necessário expor a ave a um banho de vapor. Para executar esta possibilidade basta ter um recipiente com água bastante quente, para libertar vapor, e por exemplo tapar com um funil, de forma a fazer com que o vapor saia concentrado numa direcção, mantendo, por cima, a fêmea na mão, com a cauda entre os dedos, de forma a que o abdómen receba o vapor. É necessário garantir que a temperatura seja adequada sem queimar a ave, o que pode comprovar sujeitando a outra mão ao vapor, apercebendo-se assim da temperatura deste e não deve sujeitar a ave a este banho por mais de quatro minutos. Há também quem sujeite as aves ao jorro de água fria tentando provocar assim uma reacção de novas contracções.
Após esta operação a fêmea deve ser colocada numa jaula pequena, com um pano no chão para que o ovo não se quebre se esta o expulsar. Se a fêmea não estava muito congestionada expulsa de imediato o ovo, o que até poderá ocorrer na mão durante o banho de vapor, assim como uma violenta defecação de excrementos.
Se nenhuma destas operações resultaram só resta perfurar o ovo para o extrair.
Nesta situação dobre um arame fino e rígido em U e desinfecte-o expondo-o a uma chama e passando-o depois por álcool. Pegue na fêmea com a cabeça virada para si, para que com a mesma mão possa pressionar lateralmente o abdómen e por baixo do ovo para que este se projecte até à cloaca que se dilatará pela pressão. Se a abertura do canal condutor dos ovos coincide com a cloaca, dilate-a com a ajuda da asa do arame com movimentos suaves e circulares. Quando vir o ovo, este deve ser perfurado com as pontas do arame e esvazie-o com cuidado. Se o ovo for mole pode extrai-lo completamente com os dedos ou com um pinça. Se o ovo está bem calcificado, ao perfura-lo, se tentar a extracção total, há o risco dos bocados de casca poderem rasgar o aparelho da fêmea. É melhor deixar a ave tranquila pois os restos calcários são reabsorvidos pelo organismo permitindo uma recuperação completa e rápida.
No momento em que se perfura o ovo é normal haver um relaxamento instantâneo da fêmea pois alivia uma pressão a que estava sujeita.
Terminada esta operação deve ser lavada a cloaca com algodão e água limpa, bem como se for possível aplicar uma pomada das que se utilizam em oftalmologia.
Tudo isto é um procedimento que só deverá ser seguido se não houver possibilidade de recorrer a um veterinário o que é sempre a melhor solução.

2 comentários:

  1. Olá, tudo bem contigo?
    Estava procurando alguma matéria que elucidasse esse problema do "ovo atravessado" e encontrei seu blog.
    Minha galinha está com esse problema e temo não dar conta de fazer todo o procedimento que você propõe. Saberia me informar se com o tempo ela consegue expelir o ovo sem a minha intervenção? Ou se no caso de eu não intervir ela corre risco de morte?
    Obrigada desde já!
    Renata
    Ps: se possível, peço que responda no meu blog. Grande beijo.

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  2. Olá Renata
    A minha experiência com galinhas é nula, portanto não a posso ajudar.
    Talvez a melhor solução seja contactar um veterinário.
    Um beijo

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