sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ARLEQUIM QUE FUTURO

O Canário Arlequim Português foi finalmente homologado pela C.O.M. a 18 de Janeiro de 2010, para gáudio dos portugueses de uma forma geral e em particular dos criadores desta belíssima raça de canários. No entanto apenas foi ganha uma batalha e a “guerra” está aí para ser ganha também. Quero com isto dizer que os criadores destas aves têm uma responsabilidade acrescida, na medida em que é necessário mostrar a ave ao mundo, fazendo-a evoluir, já que o trabalho não acabou aqui. É absolutamente importante que os criadores de Arlequim mostrem todo o empenho que tiveram até aqui, continuando um trabalho que é ainda árduo. Há ainda muito a fazer pela raça, portanto a selecção, os cruzamentos planeados, a procura das características do Standard e principalmente aquilo que a distingue das outras raças, devem ser a meta do percurso que aí vem, em busca da perfeição e da nossa satisfação pessoal.
No entanto muitas outras coisas poderão acontecer. O número de criadores irá aumentar, e a estes é necessário prestar a ajuda mais correcta. O objectivo deverá ser dirigido para que estes novos criadores sejam conduzidos pelo caminho mais correcto. O sucesso deles será também o nosso. Claro que tudo isto pode ser profanado, basta que uma nova euforia comercial, tal como aconteceu após a primeira aprovação nacional, em 1999, tenha novamente início. Quanto a isso não tenho dúvidas e sei que alguns criadores começarão a criar este canário apenas com o objectivo de ganhar umas “moedazitas”, bem como outros que já criam sejam tentados a enveredar pelo mesmo caminho. Tanto uns como os outros depressa se afastarão, assim como já aconteceu no passado, porque por um lado não gostam realmente da ave e desistem, por outro depressa se aperceberão que para conseguir uma ave de qualidade, no mesmo ninho ou nos do lado, aparecerão várias com qualidade inferior que não rentabilizarão o objectivo que os movia. De qualquer forma, quando isto acontecer já um grande mal estará feito. Muitas aves sem qualidade ou mesmo aves que não são Arlequins estarão difundidas pelas casas dos mais distraídos ou dos criadores menos experientes que na sua boa fé acabarão por comprar “gato por lebre”.
É competência nossa, criadores de Arlequins, prestar o melhor aconselhamento aos que irão começar, evitando que a raça não seja violada e procurando que, ano após ano, a qualidade das exposições seja cada vez melhor.
É pois necessário elevar o Arlequim Português ao esplendor nesta nova travessia que agora iniciou.

Os problemas que afectam as nossas aves

Todos nós enfrentamos constantemente situações em que as nossas aves apresentam um estado mais débil. Quando isso acontece é frequente cometermos um número enorme de erros. Se já lemos algumas coisas em livros da especialidade somos levados a diagnosticar o problema. Se não temos grande experiência vamos aos nossos fornecedores e tentamos apresentar os sintomas da ave para que ele nos venda um milagre. Outras vezes dizemos que a nossa ave está embolada por isto ou por aquilo nos fóruns da internet e aparecem imediatamente mil e uma soluções que provavelmente só complicarão a situação por serem desajustadas. Mas o que é mais prejudicial, é que, por conselho deste ou daquele que consideramos muito credenciado, fazemos uma prevenção das aves que não é mais do que uma intoxicação ou, o que é ainda pior, submetemos as aves a químicos que quando necessitarem já não terão o mesmo efeito. Durante todos estes anos que me dediquei à criação de canários fui também cometendo todos esses erros e chego hoje a uma conclusão. Não sei nada ou simplesmente sei pouco, no entanto uma coisa extremamente importante já aprendi. Quando uma das nossas aves apresenta um problema só uma pessoa especializada poderá encontrar a solução. E essa pessoa especializada é um veterinário. Afinal se gostamos das nossas aves e se queremos o melhor para elas, porque é que não fazemos como quase todos os criadores dos restantes animais, consultando as pessoas especializadas, para deixarmos de ser simplesmente uns curandeiros que na grande maioria das vezes apenas complicamos.
No entanto as nossas experiências serão sempre úteis e até os veterinários lucrarão com elas, na medida em que sendo as pessoas especializadas, mais facilmente entenderão as reacções que poderão surgir.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

RETENÇÃO DO OVO (ovo atravessado)

Esta situação é também conhecida como “ovo atravessado”, embora de uma forma errada, pois apenas revela que a fêmea não consegue pôr o ovo.
Normalmente a sua origem é uma insuficiente calcificação da casca, originando a existência de um ovo mole, que absorve as contracções que a fêmea faz, provocando não o conseguir fazer avançar até ser expelido.
Outra situação que poderá conduzir a esta ocorrência, passa-se quando, estando o ovo com a casca bem calcificada, as contracções provocadas pela fêmea são débeis, não sendo suficientes para fazer avançar o ovo, e provocando a sua retenção.
Nestes dois casos parece haver uma mesma causa, que é um estado deficitário ou carenciado na dieta da fêmea, o que não aconteceria se estivesse bem alimentada.
Se esta é a causa da grande quantidade dos casos, também é importante referir que a origem pode também estar numa infecção do aparelho genital.
Seja qual for a origem é sempre uma situação grave e pode acontecer em qualquer momento da postura, mesmo após o primeiro ovo, sem se ter manifestado antes.
Esta situação revela-se quando, na rotina diária de troca de ovos, reparamos que não há um novo ovo e verificamos que a fêmea, no ninho, no poleiro ou no chão, se apresenta embolada e com uma respiração ofegante e rápida. Por vezes, principalmente quando as fêmeas já não são novas, simplesmente foi interrompida a postura e não é caso para alarme, mas convém verificar sempre se não apresenta os sintomas descritos anteriormente.
O procedimento correcto, quando deparamos com a situação de retenção do ovo, é pegar na fêmea e inspeccionar o ventre, que provavelmente está avermelhado e congestionado, notando-se a saliência correspondente ao espaço do ovo.
Neste caso deve ser feita a lubrificação e dilatação da cloaca da ave, inserindo um palito envolto em algodão, ou um cotonete, que à falta de melhor pode ser embebido em azeite para fazer a lubrificação, movendo-o suavemente em sentido circular.
Esta massagem pode fazer com que as contracções regressem o que faz com que a fêmea expulse o ovo.
Se mesmo assim não há contracções é necessário expor a ave a um banho de vapor. Para executar esta possibilidade basta ter um recipiente com água bastante quente, para libertar vapor, e por exemplo tapar com um funil, de forma a fazer com que o vapor saia concentrado numa direcção, mantendo, por cima, a fêmea na mão, com a cauda entre os dedos, de forma a que o abdómen receba o vapor. É necessário garantir que a temperatura seja adequada sem queimar a ave, o que pode comprovar sujeitando a outra mão ao vapor, apercebendo-se assim da temperatura deste e não deve sujeitar a ave a este banho por mais de quatro minutos. Há também quem sujeite as aves ao jorro de água fria tentando provocar assim uma reacção de novas contracções.
Após esta operação a fêmea deve ser colocada numa jaula pequena, com um pano no chão para que o ovo não se quebre se esta o expulsar. Se a fêmea não estava muito congestionada expulsa de imediato o ovo, o que até poderá ocorrer na mão durante o banho de vapor, assim como uma violenta defecação de excrementos.
Se nenhuma destas operações resultaram só resta perfurar o ovo para o extrair.
Nesta situação dobre um arame fino e rígido em U e desinfecte-o expondo-o a uma chama e passando-o depois por álcool. Pegue na fêmea com a cabeça virada para si, para que com a mesma mão possa pressionar lateralmente o abdómen e por baixo do ovo para que este se projecte até à cloaca que se dilatará pela pressão. Se a abertura do canal condutor dos ovos coincide com a cloaca, dilate-a com a ajuda da asa do arame com movimentos suaves e circulares. Quando vir o ovo, este deve ser perfurado com as pontas do arame e esvazie-o com cuidado. Se o ovo for mole pode extrai-lo completamente com os dedos ou com um pinça. Se o ovo está bem calcificado, ao perfura-lo, se tentar a extracção total, há o risco dos bocados de casca poderem rasgar o aparelho da fêmea. É melhor deixar a ave tranquila pois os restos calcários são reabsorvidos pelo organismo permitindo uma recuperação completa e rápida.
No momento em que se perfura o ovo é normal haver um relaxamento instantâneo da fêmea pois alivia uma pressão a que estava sujeita.
Terminada esta operação deve ser lavada a cloaca com algodão e água limpa, bem como se for possível aplicar uma pomada das que se utilizam em oftalmologia.
Tudo isto é um procedimento que só deverá ser seguido se não houver possibilidade de recorrer a um veterinário o que é sempre a melhor solução.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Quem sai aos seus não desnatura

É com enorme satisfação que publico as imagens do primeiro prémio conseguido pelo meu filho. Aconteceu na VII Expo-Ave de Viana do Castelo onde conseguiu o 3º lugar em Arlequim Par. Espero que outros se sigam na sua, até aqui, curta carreira.